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Lesões, energia e diagnóstico: o universo da balística terminal

12 MAI 2025

Quando um projétil alcança seu destino, começa o estudo da balística terminal. Esse ramo da balística dedica-se a entender o que acontece no momento em que o projétil entra em contato com um alvo, humano ou material.

É o ponto crítico em que energia, massa, forma e velocidade se transformam em lesão real — com implicações diretas na medicina, na criminalística e na engenharia de munições.

Fatores que moldam o dano

O efeito de um disparo sobre o corpo depende de múltiplos fatores. Do lado do projétil, influenciam sua velocidade, massa, desenho, composição e comportamento após o impacto.

Do lado do alvo, a densidade e elasticidade dos tecidos, a presença de ossos e até patologias preexistentes afetam o padrão da lesão.

Projéteis que expandem, fragmentam ou giram dentro do corpo aumentam drasticamente a área danificada, ampliando a transferência de energia.

Mecanismos lesivos principais

A balística terminal define três formas primárias de lesão:

  • Laceramento e esmagamento: o tecido é destruído fisicamente pela passagem direta do projétil.

  • Cavitação: formação de cavidades temporárias que expandem violentamente os tecidos ao redor do trajeto.

  • Onda de choque: pressão intensa que se propaga pelo corpo a partir do impacto, danificando estruturas mesmo sem contato direto.

Em tecidos menos elásticos, como o fígado, a cavitação pode causar rupturas graves e irreversíveis.

Tipos de ferimentos e análise forense

Ferimentos balísticos são classificados em:

  • Penetrantes: o projétil permanece alojado no corpo.

  • Perfurantes: o projétil atravessa e sai, deixando dois orifícios.

  • Avulsivos: envolvem arrancamento de tecido, comuns com armas de alta energia.

As feridas de entrada tendem a ser regulares, com bordas invertidas e sinais como fuligem ou tatuagem de pólvora em disparos próximos. As de saída, ao contrário, são irregulares, com bordas evertidas e maior destruição tecidual.

Disparos encostados geram efeitos únicos, como a câmara de mina de Hoffman, causada pela expansão de gases dentro do corpo.

O comportamento imprevisível dos projéteis

Dentro do corpo humano, projéteis frequentemente mudam de direção. O contato com ossos pode causar guinadas, fragmentação ou mesmo a geração de estilhaços ósseos que atuam como novos agentes de trauma.

O efeito “buraco de fechadura” em crânios, por exemplo, indica fraturas internas e externas com margens distintas.

Em casos raros, fragmentos podem ser levados pela corrente sanguínea, gerando embolia por projétil, uma complicação grave e silenciosa.

Aplicações e relevância multidisciplinar

A loja Pólvora Preta, de Carmópolis de Minas (MG), conclui que a balística terminal é essencial para diversas áreas. Na medicina de emergência, ajuda a prever danos internos e orientar decisões cirúrgicas.

Na perícia criminal, auxilia a reconstruir a trajetória dos disparos, identificando posições, distâncias e mecanismos de ferimento.

E no desenvolvimento de munições, direciona a criação de projéteis que maximizam ou reduzem lesões conforme a finalidade — seja militar, policial ou defensiva.

Compreender a balística terminal é fundamental para unir ciência, justiça e segurança pública em torno da precisão técnica e da preservação da vida.

Para saber mais sobre balística terminal, acesse: 

https://sanarmed.com/resumo-de-balistica-forense-interna-de-efeitos-e-externa/

https://www.academiadearmas.com/balistica-terminal-um-pequeno-apanhado-sobre-o-assunto/


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